Solução

Escrevi para aula de Int e prod de texto.

Solução

Marina Carvalho Rocha estava ansiosa por seu casamento, pensava todos os dias na festa, em seu vestido, no bouquet de noiva, na maquiagem e fotos que tirariam dela. Sem dúvidas seria uma cerimônia cheia de glamour, elegante, singular, assim como Marina.

Marina de Carvalho Rocha tornaria Marina de Carvalho Rocha Silva, e era isso que estava deixando-a indecisa; como uma pessoa sofisticada levaria um sobrenome tão popular pelo resto de sua vida? O noivo, Alberto, pessoa paciente, submisso aos caprichos de sua amada, não via defeitos em sua Marina.

Foram juntos jantar e encontraram Bia, amiga de Alberto na faculdade, quando Alberto ainda era Beto, Marina cordialmente cumprimentou-a e destampou a falar incessavelmente sobre a cerimônia e pediu para que Alberto, que até então estava com o olhar perdido em memórias, tomasse nota do endereço de sua amiga para enviá-la o convite.

No dia seguinte Alberto comentava com Marina sobre a época da faculdade, os bares, festas, noites em claro estudando, a melhor época de sua vida... Mas ela acabou interrompendo-o, pois encontrara a coroa perfeita para o vestido. Alberto quietou-se por algum momento, e esse momento prolongou até a véspera de seu matrimônio, em que comunicou Marina que houve um imprevisto e que o mesmo teria que ausentar-se por algumas horas, ela só exigiu que o mesmo voltasse até as sete da tarde para a última prova de seu terno.

Beto não voltou no horário previsto, mas Marina não se preocupou “porque você sabe como os homens são com essas coisas...”. A cerimônia marcada para as nove da noite estava atrasada, Marina aguardava Alberto Souza Silva chegar para esperar por ela no altar onde desfilaria impetuosamente bela. Marina já aceitava a ideia de ser Silva também, era um preço baixo a pagar por aquela cerimônia perfeita.

Marina aguardou, olhou a aliança. Aguardou mais um pouco, retocou o batom. Até que começou a ficar preocupada, desesperada, inquieta... na opinião de alguém desesperou-se desnecessariamente, pois tinha tudo que queria: o vestido perfeito, a cerimônia invejável, a coroa desejada e ainda continuou sendo só Marina de Carvalho Rocha.


* quem achou muito medíocre, por favor, não opine.



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Mariana.

Eu sou a pessoa comum. Sou filha de um José e uma Maria, sou branca e tenho olhos e cabelos castanhos. Tive uma boa adolescência, tenho bons amigos e sou aparentemente uma pessoa fácil de lidar. Cometo erros comuns, tenho sonhos comuns, digo coisas comuns e faço coisas comuns. Tenho a pretensão de achar que sou diferente, especial, assim como todo mundo faz. Sou um número, sigo uma ordem e nego isso tudo até o último momento, assim como todo mundo faz.

Ainda não fiz nada grandioso, nem disse nada grandioso também. Como todas as pessoas do mundo gosto de tomar um porre e comentar sobre ele, acho que o “para sempre” ainda existe, apesar de já ter perdido uma pessoa muito importante: meu pai, este, em absoluto, não chegou perto de ser comum.

Assim como todas as pessoas do mundo quero me fazer especial para outras pessoas, nem que para isso eu quebre as normas da gramática. Faço Letras, e é o cúmulo uma pessoa comum escolher ser professora, é quase um pleonasmo, e mais comum ainda é uma futura professora usar a metalinguagem para se explicar.

Carrego a insegurança de meia dúzia de pessoas comuns, procuro músicas para dialogar, todas as minhas frases de conselhos parecem frases feitas. Com certeza um dia esse miniblog não existirá mais, porque como a maioria das pessoas comuns eu deixo as coisas pelas metades.



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Para mais informações:

td vale a pena.


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Ruídos.

Palavras são ruídos que inconscientemente causam-nos um estímulo, seja ele bom ou ruim.
O grito de pavor sem o pavor seria só o grito, o pedido de desculpas sem o tom certo seria só mais um ruído, uma porta rangendo de tão velha se não fosse uma porta seria só velha e barulhenta (essa última foi só pra descontrair).
Quando bebes os seres humanos choram, e para cada choro um tom, o domínio da intonação começa tão cedo e , mesmo assim, certas pessoas demoram desenvolver a arte da manipulação.
Tem gente que não desenvolve um discurso antes de falar, apenas solta pérolas ao ventilador jogando-as aos porcos. O pensamento pode tudo, desenvolvendo-o obtém-se a habilidade de fazer-se ser compreendida, aceita e inquestionável.
Convivo com pessoas que fazem ruídos, o dia todo, o tempo todo. A minha vontade é dialogar, e seria perfeito se fosse assim:
  • (Eu começo) _ Que pena, mas não dá pra conversar agora.
  • (--------------) _ Porque não?
  • (Eu de novo) _ Porque você não consegue.


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Luz e ação.


Eu gosto do claro tão quanto do palpável. A escuridão e flashs são pesadelos pra mim.
Gosto de ver expressões, surgir intenções.
Clarear ideias.
Quando nos permitimos distração a cabeça não para, o coração bombeia algo como uma luz nos olhos, clareando a alma. O olhar do inesperado.
A riqueza de detalhes que conseguimos obter quando estamos abertos a vulnerabilidade, aprecio momentos assim com prazer. Isso é a clareza que eu explico aqui, a intensidade dos sentidos.
Li esses dias e "twitei", coloquei no "msn"..enfim, gritei aos sete ventos: "Permita, não resista. Quando você compreender verá que não há outro modo."
Eu permito, sempre; mas a minha resistência é maior que o medo. Eu tenho resistência à enxergar o que tanto quero, e quando consigo acho que não é comigo.
Espero que as coisas clareiem para mim, que seja sim tudo isso que eu imagino e até mais.


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