os que estão loucos para sorrir,
"Pra mim pessoas mesmo são os loucos,
os que estão loucos para sorrir,
os que estão loucos para sorrir,
para serem salvos,
que nunca bocejam e jamais dizem coisas comuns,
mas brilham,
brilham como fabulosos fogos de artifícios..."
(Jack Kerouac - On the road)
Peguei emprestado essa frase de um profile no Orkut, de uma pessoa que não faz ideia que o faria.
Hoje me vi um tanto acomodada e entediada com a minha rotina.
Faz tempo que não saio da linha, não me permito errar mais.
Faz tempo que não tenho as noitadas com as amigas, com litros de bebidas e conversa fiada.
Eram finais de semana ouvindo aventuras amorosas, depois de festas inesperadas, eram madrugadas comendo macarrão cru cozido no creme de leite. Eca!
Aquilo sim era vida...
Agora não, agora eu sou uma pessoa responsável!
Diga-se de passagem que sou sem nenhum esforço. Gosto de cumprir com as minhas obrigações, e aprendi a fazê-las por recompensa própria.
A loucura tem limites, ninguém é jovem para sempre, o corpo padece.

Mulher, irmã, escuta-me: não ames,
Quando a teus pés um homem terno e curvo
Jurar amor, chorar pranto de sangue,
Não creias, não mulher: ele te engana!
As lágrimas são galas de mentira
E o juramento manto de perfídia.
(Joaquim Manuel de Macedo- Romantismo brasileiro, 10. Metade do século XIX)
Tradução:
Teresa, se algum sujeito bancar o sentimental em cima de você
E te jurar uma paixão do tamanho de um bonde
Se ele chorar
Se ele se ajoelhar
Se ele rasgar tudo
Não acredita não. Teresa
É lágrima de cinema
é tapeação
Mentira
CAI FORA.
(Manuel Bandeira- Modernismo Brasileiro- Século XX)
Esses dois textos foram apresentados pela minha professora de Teoria da literatura, Vera, na aula passada.
Essa malandragem sempre esteve com os homens, de todas as épocas, e entre eles já era falado.
Tem gente que ainda se espanta, se surpreende com os homens, eu não, homem é malandro mesmo.
Então Teresas, se ele te prometer flores todos os dias e for de muito blábláblá-mimimi, CAI FORA amiga!

Mais uma obra do tão famoso "O Teatro Mágico"
Cada dia uma musica tem um sentido diferente, essa é a de hoje.
Falta tanta coisa na minha janela
Como uma praia
Falta tanta coisa na memória
Como o rosto dela
Falta tanto tempo no relógio
Quanto uma semana
Sobra tanta falta de paciência
Que me desespero
Sobram tantas meias-verdades
Que guardo pra mim mesmo
Sobram tantos medos
Que nem me protejo mais
Sobra tanto espaço
Dentro do abraço
Falta tanta coisa pra dizer
Que nunca consigo ...

Não falo dos outros, falo por mim. Tenho forças para acordar acreditando ser o melhor. Tenho forças para dormir sem pensar no pior. Força. Minha fraqueza é não respeitar a quem fraqueja. E sinto pena. Não gosto de senti-la, tenho raiva de mim quando sinto pena de alguém.
É que não se nasce para ganhar compaixão de quem luta. Então siga, mas não peça ajuda se não souber ajudar. Cada um por si, mas conte comigo quando quiser me desafiar.
É que não se nasce para ganhar compaixão de quem luta. Então siga, mas não peça ajuda se não souber ajudar. Cada um por si, mas conte comigo quando quiser me desafiar.


Estou livre e agora prometo ir ainda mais longe. Descobri que tenho asas, e elas são enormes. Tão grandes que me fazem dar a volta por cima e voar cada vez mais alto. E não vou parar de subir, vou até o limite de mim mesmo e quando lá chegar vou parar e ver o que ficou embaixo. E não pretendo descer tão cedo, pelo menos enquanto acreditar em tudo que pedi para as estrelas naquela noite que até ontem parecia ter sido há tanto tempo.
Sinto saudades, mas vou guardar-me. Gosto de boas lembranças, as agarro nos momentos difíceis e elas sempre voltam em boa hora e com mais cores: os coqueiros mais verdes, o mar mais azul. E a liberdade muito mais próxima. Tão perto que entrou em mim, mas o que fazer com ela? Não a tenho como um dom, mas como um ato de heroismo. A liberdade, para mim, é um ato heróico. Lutei por isso e vou defender até que minhas asas caduquem. Aí sim, é hora de descer. Mas aqui em cima tá tão bom.


De repente você completa 21 anos.
Uma idade muito estranha pra mim, depois que eu sai dos dez+alguma coisa, ou seja, depois que eu deixei de ser uma teenager, os aniversários andam me chateando um pouco.
Eu não tenho cabeça de alguém com 21 anos. E como seria a cabeça de alguém de 21 anos? Só sei que não é a minha, talvez seja mais, talvez não.
Esse passar de anos me incomoda tanto que eu já cheguei a recontar os anos desde a data do meu nascimento, talvez eu tenha pulado algum ano...mas não.
Que é exagero isso todo mundo sabe, mas o que é horrível é ver tudo passar, tudo acontecer com uma velocidade, voracidade, intensidade, que nem parece que foi.
Mas a idade chega e com ela a sabedoria, essa é a melhor parte. Saber tudo! saber questionar, aprender e absorver.
Se é isso mesmo, se envelhecer é tornar-se sábio, que venha os 30...mas não tão rápido.

Este artigo foi tirado da revista Veja, edição 2106/1ºde abril de 2009.
Dia propicio para falar sobre o Brasil.
O elogio do atraso
Diogo Mainardi
Dia propicio para falar sobre o Brasil.
O elogio do atraso
Diogo Mainardi
Quanto mais atrasado, melhor. Há algumas semanas, a revista The Economist analisou o atual estado da economia brasileira.
Nossa maior glória, de acordo com a reportagem, foi ter permanecido lá atrás. No estatismo. No assistencialismo. No empreguismo. Na agiotagem. Nas negociatas patrimonialistas do BNDES. Agora tudo isso poderá nos proteger do rombo da economia mundial, causado por aquela "gente branca, loira e de olhos azuis", segundo Lula.
A reportagem da The Economist é ilustrada com a imagem de um homem de bermuda, tirando uma soneca num muro de pedra, diante de uma igreja. Os historiadores sempre associaram nosso atraso ao catolicismo ibérico. Como nosso trunfo é o atraso, a gente tem de ir mais à igreja. A gente tem de resgatar o Tribunal do Santo Ofício. A gente tem de dormir mais. Nosso lugar, como o de Macunaíma, é numa aldeia à margem do Uraricoera. The Economist recuperou o mito modernista do herói indolente e sem caráter, celebrando Mário de Andrade com oitenta anos de atraso. Quanto mais atrasado, melhor. Especialmente no caso de Mário de Andrade.
Coreia, Coreia, Coreia. Nos últimos anos, aconselharam-nos sem parar a imitar a Coreia. Que pegou um monte de dinheiro e o despejou todinho na escola. O único caminho para o progresso, repetia-se tediosamente, era o estudo. Os coreanos fizeram isso mesmo: estudaram. Deu certo por algum tempo. Até a economia mundial desabar. Quando desabou, a da Coreia desabou mais ainda. E o modelo brasileiro, baseado no torpor físico e moral, passou a ser comemorado nas páginas da The Economist. Quem mandou estudar tanto? A Coreia, hoje, tem uma indústria de ponta que compete com a dos países mais ricos, com produtos que ninguém se interessa em comprar. A gente, muito mais folgadamente, recolhe farelo de soja e minério de ferro e sai arrecadando uns trocados por aí. Conselho: estude menos e durma mais.
Há outras áreas em que o imobilismo e o atraso podem nos beneficiar. Neste período de empobrecimento generalizado, em que há maior chance de tumulto social, ter um povo domesticado e acovardado, como o nosso, representa uma grande vantagem. Outra área da qual temos de tirar proveito é o ambiente. Os Estados Unidos se preparam para torrar 150 bilhões de dólares em energia limpa e ineficaz, num prazo de dez anos. Ao mesmo tempo, planejam aumentar todos os impostos sobre as fontes de energia mais poluentes e eficazes. Nós, por outro lado, continuaremos a produzir como sempre fizemos, de maneira porca e barata: ateando fogo no mato e soltando o gado.
Daqui a dez anos, se a economia mundial continuar a se atrofiar, estaremos ainda melhor, colhendo os frutos de nosso atraso. The Economist dedicará mais uma página ao Brasil, numa reportagem altamente elogiosa a respeito de nossas queimadas, ilustrada com a imagem de um homem de bermuda, tirando uma soneca num muro de pedra, diante de uma igreja. E com enfisema pulmonar.
Coreia, Coreia, Coreia. Nos últimos anos, aconselharam-nos sem parar a imitar a Coreia. Que pegou um monte de dinheiro e o despejou todinho na escola. O único caminho para o progresso, repetia-se tediosamente, era o estudo. Os coreanos fizeram isso mesmo: estudaram. Deu certo por algum tempo. Até a economia mundial desabar. Quando desabou, a da Coreia desabou mais ainda. E o modelo brasileiro, baseado no torpor físico e moral, passou a ser comemorado nas páginas da The Economist. Quem mandou estudar tanto? A Coreia, hoje, tem uma indústria de ponta que compete com a dos países mais ricos, com produtos que ninguém se interessa em comprar. A gente, muito mais folgadamente, recolhe farelo de soja e minério de ferro e sai arrecadando uns trocados por aí. Conselho: estude menos e durma mais.
Há outras áreas em que o imobilismo e o atraso podem nos beneficiar. Neste período de empobrecimento generalizado, em que há maior chance de tumulto social, ter um povo domesticado e acovardado, como o nosso, representa uma grande vantagem. Outra área da qual temos de tirar proveito é o ambiente. Os Estados Unidos se preparam para torrar 150 bilhões de dólares em energia limpa e ineficaz, num prazo de dez anos. Ao mesmo tempo, planejam aumentar todos os impostos sobre as fontes de energia mais poluentes e eficazes. Nós, por outro lado, continuaremos a produzir como sempre fizemos, de maneira porca e barata: ateando fogo no mato e soltando o gado.
Daqui a dez anos, se a economia mundial continuar a se atrofiar, estaremos ainda melhor, colhendo os frutos de nosso atraso. The Economist dedicará mais uma página ao Brasil, numa reportagem altamente elogiosa a respeito de nossas queimadas, ilustrada com a imagem de um homem de bermuda, tirando uma soneca num muro de pedra, diante de uma igreja. E com enfisema pulmonar.

Assinar:
Comentários (Atom)